Quem navegou pela Internet no início dos anos 2000 sabe que a vida não era fácil. Se hoje, conversar com alguém é uma tarefa simples graças às redes sociais e aos aplicativos de mensagem, antes era preciso baixar mensageiros como o ICQ. Escutar músicas era algo ainda mais complicado: sem os práticos serviços de streaming, os usuários tinham que recorrer a serviços P2P como Napster e eMule para baixar os arquivos MP3 — e ainda recebiam muitos vírus junto.
Apesar dos “perrengues”, essa época deixou saudades em muita gente. O que poucos sabem é que alguns desses programas, embora relegados ao fundo do baú virtual com o surgimento de novas tecnologias, continuam disponíveis para download. Ficou curioso?
1. Napster
O Napster fez os internautas do ano 2000 entenderem o que era música digital. Criado em 1999, o programa permitia baixar arquivos MP3 com uma facilidade nunca vista: o download era feito direto do computador de um ou mais usuários, de maneira descentralizada. A popularidade do serviço, pioneiro na utilização do protocolo peer to peer (P2P), cresceu de forma meteórica: em 2001, o Napster chegou à marca de oito milhões de usuários diários ativos.
Mas a alegria dos internautas durou pouco. No mesmo ano, o software foi descontinuado graças às muitas ações jurídicas relacionadas à distribuição ilegal de músicas pela Internet. Embora tenha tido uma vida breve, o Napster deixou um legado e abriu caminho para sucessores igualmente populares, como Ares, eMule e Limewire.
A boa notícia para os saudosistas é que o programa foi repaginado e hoje tem versões para Windows, iPhone (iOS) e celulares Android. Nessa nova edição, o Napster abandonou o protocolo P2P e se adaptou ao mercado de streaming, oferecendo cerca de 40 milhões de músicas a partir de US$ 4,99 (cerca de R$ 21,70, em conversão direta).
2. Winamp
Poucas coisas têm mais cara dos anos 2000 do que o clássico player Winamp. Concorrente do Windows Media Player, o programa era o queridinho dos usuários para reproduzir as músicas baixadas no Napster e outros arquivos MP3. Isso porque o tocador era leve, fácil de usar e permitia criar playlists, alterar o equalizador, adicionar plugins, personalizar o estilo com skins e trocar as cores da interface.
Na era do streaming, não parece fazer muito sentido ouvir faixas MP3 no próprio computador. Ainda assim, o Winamp permanece no mercado dos tocadores e está disponível para download em www.winamp.com.
3. ICQ
Criado em 1996, o ICQ foi um dos primeiros serviços de bate-papo do mundo. Disponível apenas para Windows, o programa atingiu a marca de 100 milhões de usuários em 2001 — número expressivo para uma época em que a internet ainda era incipiente. Seu pioneirismo é notável: muitas funções do WhatsApp, mensageiro campeão de downloads ao redor do mundo, são velhas conhecidas de quem usava o software no PC. É o caso dos chats em grupo, do acervo de emojis (que na época eram chamados de smileys), do compartilhamento de arquivos e do bloqueio de contatos indesejados. Era possível, ainda, fazer chamadas de áudio e vídeo.
Millenials que sonham com o dia em que poderão ficar invisíveis no WhatsApp sem a ajuda de apps externos teriam adorado o ICQ. Isso porque o programa contava com um recurso próprio para quem não queria ser notado. Os usuários podiam, inclusive, optar por aparecer apenas para pessoas selecionadas.
Assim como o Napster, o ICQ foi repaginado e está disponível para Windows, Linux, macOS, além de celulares Android e iPhone (iOS). Há também uma versão para navegadores, que pode ser acessada a partir de www.icq.com.
4. Paint
Para quem usava o computador em uma época em que editores online como Canva e BeFunky pertenciam a um futuro distante, uma das distrações mais comuns era manipular fotos e criar colagens no Paint. O editor de imagens do Windows servia aos mais diversos propósitos: desde cortar fotos até fazer montagens simples, com efeitos de spray, textos coloridos e desenhos feitos com o pincel.
Em julho de 2017, a Microsoft gerou comoção nas redes sociais ao anunciar que, após 32 anos, o clássico programa seria removido do Windows 10 para dar lugar ao novo Paint 3D. Para a alegria da Internet, a empresa mudou de ideia e anunciou, dois anos depois, que o Paint continuaria funcionando na versão mais recente do sistema operacional.
5. 7-Zip
Esqueça os pen-drives com dezenas ou centenas de gigabytes de armazenamento. No final da década de 90 e início dos anos 2000, quem precisasse transferir arquivos para uma mídia física teria que se virar com o espaço limitado de disquetes (1,44 MB) e CDs (700 MB). Era comum que as pessoas fragmentassem arquivos pesados e “zipassem” as partes em várias unidades de mídia. Para isso, havia o 7-Zip, software de compactação. O programa ficou para trás com a ascensão de concorrentes como o Winrar, mas continua disponível para download em www.7-zip.org/download.html.
Fonte: Techtudo.